As vitimas da incultura esportiva Brasileira | Toque de primeira

A falta de imaginação dos  dirigentes dos clubes Brasileiro assusta. No final de semana a queda do técnico do Palmeiras, Mano Menezes e do gerente de futebol Alexandre Mattos, foi apenas mais um capítulo da série de atitudes intempestivas dos dirigentes que agem sob pressão e não com a razão. A disparidade técnica do Flamengo sobre os seus oponentes deveria servir de estímulo para a melhoria nas administrações dos clubes, mas ao contrário, está estimulando demissões de técnicos jogando para debaixo do tapete a falta de inteligência e gestão profissional dos clubes Brasileiros.

As atitudes dos dirigentes mostram com clareza a verdadeira falta de preparo daqueles que deveriam cuidar dos interesses dos clubes e não dos apaixonados torcedores que só enxergam os resultados de campo e desconhecem o trabalho interno e o planejamento para o futuro. Vejam o exemplo do Cruzeiro. A administração desastrosa fez o gigante mineiro virar saco de pancada. A sequencia de troca de comando; Mano Menezes, Rogério Ceni, Abel Braga e  agora Adilson Batista mostra com clareza que o problema do Cruzeiro não é técnico.

No Fluminense a falta de capacidade administrativa colocou o clube entre aqueles que apenas lutam para não cair. Fernando Diniz foi a primeira vitima. A falta de dinheiro provocou a perda de nada menos que os três principais jogadores. Everaldo, Luciano e Pedro. As derrotas se acumularam e Diniz acabou sendo o culpado. Osvaldo de Oliveira não agradou ao “craque”, Paulo Henrique Ganso e a queda do treinador foi a solução encontrada. Marcão, foi promovido e time começou a reagir e no momento importante quando bastava uma vitória sobre o Avaí para livrar o time da degola, um dirigente dá uma entrevista para dizer que Marcão não deve continuar, A culpa pela péssima campanha, seria de Marcão ou de Fernando Diniz ? Com a palavra o presidente Mário Bittencourt.

No Botafogo trocar treinador não escondeu as deficiências do elenco e no Vasco, o técnico Wanderley Luxemburgo trabalha com o que tem e vai livrando o gigante da colina de ter problemas maiores e se não disputa título pelo menos não corre risco de queda. O Flamengo trocou Abel Braga por Jorge Jesus, mas não ficou nisso. Contratou craques de verdade; montou um time competitivo e o resultado está ai. Títulos seguidos em todas as categorias;  Sub-15, sub-17, sub-20 (Brasileiro), Feminino (Estadual), e nos  profissionais, campeão brasileiro e da Libertadores. Recordista de público, de aumento de associados, de patrocinadores e do reconhecimento até para os torcedores adversários. A sua torcida comemora e as demais clamam por melhores dirigentes para que seus clubes possam competir com o rubro negro que se tornou o maior colecionador de vitórias dos últimos tempos.

A seleção Brasileira não é diferente. O técnico Tite já tem seu trabalho olhado com desdém, mas por trás das convocações estão os empresários que se aproveitam da fragilidade administrativa da CBF para indicar convocados negociar jogadores, aumentar o saldo em suas contas bancárias enquanto a nossa seleção, que outrora foi e melhor do mundo perde jogos e prestigio tirando dos brasileiros aquela paixão refletida nas ruas do país que se enfeitavam para comemorar e hoje se mostram indiferentes com a queda de uma seleção que acumulava títulos e hoje vibra e comemora quando consegue vencer em amistoso contra a Coreia, após ter empatado com o “poderoso” Senegal e perdido para Argentina e Peru.

Manoel Alves (ACERJ 0242)

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