Gianni Infantino, presidente da Fifa, não descartou uma profunda mudança no futebol após a crise que atingiu o esporte, devido a pandemia do novo coronavírus, passar. Além de comentar que este momento pode servir para “dar um passo” atrás e fazer menos jogos com mais qualidades, o italiano garantiu que os jogos só serão retomados quando a emergência da COVID-19 terminar, em entrevista para o “La Gazzetta dello Sport”.
– É necessário estudar o impacto global desta crise. Não sabemos quando voltaremos ao normal, mas vamos olhar para as oportunidades.Talvez possamos reformar o futebol, com diferentes formatos. Menos torneios, mas mais interessantes.
Além de pensar em novas maneiras para que o futebol prossiga a partir desta situação, Infantino acredita que o momento é de focar na saúde de quem está envolvido no esporte.
– Primeiro vem a saúde e depois todo o resto. E o resto para os dirigentes é esperar o melhor, mas se preparar para o pior. Vamos jogar quando for possível, sem colocar em risco as saúde de ninguém. Federações e Ligas devem seguir as recomendações dos governos.
O presidente da entidade máxima do futebol também comentou sobre o novo Mundial de Clubes que estava marcado para 2021, mas que agora não se sabe quando vai poder acontecer, devido aos adiamentos da Eurocopa e Copa América.
– O novo Mundial de Clubes é necessário para desenvolver o futebol. Todos os clubes queriam, incluindo o ‘top’ europeu. Logo decidiremos se a primeira edição será jogada em 2021, 2022 ou 2023.
Devido ao coronavírus, todos os principais campeonatos da Europa estão parados e ainda sem perspectiva de serem retomados. Enquanto algumas ligas especulam voltar o futebol em maio, outras acreditam que só em junho será possível, mas a unanimidade é que todos os jogos desta temporada sejam terminados com portões fechados.
Jogadores Brasileiros poderão ter redução salarial por causa do Coronavírus
A pandemia do novo coronavírus poderá causar uma redução nos salários dos jogadores de futebol no Brasil. Isso porque, além de uma reunião entre os clubes das Séries A, B e C ter sido realizada na sexta-feira (20) pensando nessa hipótese, uma Medida Provisória publicada hoje (23) no Diário Oficial reforça essa possibilidade. A MP permitirá a suspensão do contrato de trabalhadores por até quatro meses durante o período de calamidade pública.
A medida passa a valer imediatamente, porém precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias para não perder validade. Segundo especialistas e gente ligada ao futebol, ela pode atingir em cheio a maioria dos jogadores brasileiros, aqueles que trabalham em clubes pequenos e ganham até três salários mínimos, o que corresponde a 95% da realidade nacional.
– A situação é de instabilidade mesmo. A gente vai trabalhar para que ninguém tire vantagem indevida dos jogadores. Estão se antecipando. Essa forma que eles fazem é que faz com que a gente perca. Tem que sentar e analisar. Todo mundo tem que ganhar, ceder e perder um pouco, não dá para achar que essa é a proposta definitiva – criticou o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, Rinaldo Martorelli, à reportagem do blog Lei em Campo, do UOL .
Por conta da paralisação das competições devido à COVID-19, ainda não é possível saber quantos e quais serão os prejuízos financeiros dos clubes. No entanto, eles estão tentando buscar alternativas para tentar amenizar os impactos negativos. Uma dessas opções foi a realização de uma reunião, via videoconferência, na última sexta-feira, com a finalidade de debater a possível redução de salários e direitos de imagem dos jogadores, que não estão atuando neste momento.
Os 50 clubes das Séries A, B e C do Brasileirão conversaram sobre o seguinte: um “pacote” aos atletas, com férias imediatas de 30 dias, já a partir desta semana, e, caso a situação não seja normalizada após esse período, uma redução de 50% nos direitos de imagem e salários a partir do 31º dia. Caso após mais 30 dias a situação persista, seria possível suspender os contratos até total normalização.
O assunto também é discutido no exterior. Como exemplo do que não deu certo, é possível citar o caso do Sion, da Série A da Suíça. O clube rescindiu contrato com nove jogadores que não aceitaram a proposta de emprego parcial
Caso não haja acordo entre clubes e jogadores, é possível que exista, inclusive, um colapso no mercado do futebol no Brasil, conforme explicado pela advogada Danielle Maiolini também ao UOL
– Se, em um momento de crise como este, cada clube começa a tomar decisão por conta própria, isso viola o equilíbrio e pode resultar na falência de clubes menores. Esse tipo de prejuízo pode significar um colapso. Se não tenho campeonato, não tenho receita, não existe flexibilidade para que eu faça os pagamentos mais adiante, pode ser que eu feche as portas. Estamos em um cenário sem precedentes e, porque é sem precedentes, nunca foi regulado. Acredito muito na força diplomática e regulatória dessas entidades, que vão se autorregular.
Além da questão de redução salarial, os clubes também estão formatando um pacote de medidas mais extenso para ser discutido e pleiteado junto a governos e federações. Nele estão congelamento de débitos com o poder público, isenções de impostos e antecipação
Olímpiada de Tóquio pode ser adiada ou terá boicote
Devido à pandemia do novo coronavírus, o Canadá anunciou que boicotará os Jogos Olímpicos de Tóquio, previstos para iniciar em 24 de julho, se ele não for adiado para o próximo ano. A decisão foi tomada no último domingo pelo comitê olímpico e paralímpico canadenses.
Assim, o Canadá tornou-se a primeira nação a falar diretamente e abertamente contra a realização da Olimpíada. E não está só. Nesta segunda-feira, líderes do esporte na Austrália também pediram o adiamento para 2021 ou vão boicotar os Jogos.
As federações de atletismo dos Estados Unidos e do Reino Unido também elevaram o tom. São favoráveis ao adiamento até que a situação esteja controlada e não ofereça riscos, caso contrário também podem discursar à favor do boicote.
A pressão causou menos impacto do que esperado na organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio (leia mais abaixo).
O Comitê Olímpico Internacional (COI) se manifestou no último domingo dizendo que pode adiar o início das competições, mas, ao lado do governo japonês, reforçou o desejo de realizar a Olimpíada em 2020. A mensagem desagradou os canadenses.
Em entrevista coletiva, o presidente do comitê organizador dos Jogos de Tóquio, Yoshiro Mori, disse que apoia a decisão do COI de adiar as Olimpíadas para depois de julho, mas com as competições ainda no calendário de 2020.
O COI prometeu aos países membros uma análise da situação e uma conclusão “dentro das próximas quatro semanas”.
No Japão, o ministro olímpico, Seiko Hashimoto, e o presidente do comitê organizador, Toshiro Muto, confirmaram que as datas para o revezamento da tocha, que deve começar na quinta-feira na província de Fukushima, não foram alteradas.
Revista “France Football” divulga os maiores salários dos craques mundiais
O trio mais badalado e polêmico do futebol mundial é também o mais bem remunerado da modalidade. Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar ganham mais de R$ 500 milhões cada um em receita por ano.
O levantamento faz parte da série anual “Ranking de salários” da revista “France Football”, publicado desde 1999.
Como nas últimas temporadas, Messi continua no topo como o jogador mais bem remunerado do mundo. O craque do Barcelona recebe 131 milhões de euros, o que corresponde, pelo câmbio atual, a R$ 703,3 milhões.
Estrela da Juventus, Cristiano Ronaldo vem logo a seguir. Recebe 118 milhões de euros por ano (R$ 633,5 milhões). Depois está Neymar. O atacante do Paris Saint-Germain recebe 95 milhões de euros por ano (R$ 510 milhões).
Se somar os ganhos dos trio, eles passam de 344 milhões de euros juntos por ano (R$ 1,8 bilhão no câmbio atual).
Já o ranking de treinadores é liderado por Diego Simeone, do Atlético de Madrid, com o recebimento de 40,5 milhões de euros por ano (R$ 217,4 milhões). Depois vem Antonio Conte, da Inter de Milão, com 30 milhões de euros (R$ 161 milhões).
Pep Guardiola, do Manchester City, é o terceiro, com 27 milhões de euros (R$ 144,9 milhões).
É importante explicar que os números consideram remuneração, prêmios, bônus etc. no faturamento dos jogadores.