Contra coronavírus, indústrias do Rio começam produção de equipamentos de proteção para médicos e enfermeiros do Estado

No Sul Fluminense, parceria entre a PSA, localizada em Porto Real, e a Firjan SENAI Resende está produzindo componentes para montagem dos protetores faciais

A Firjan participa do grupo de formado por pesquisadores e professores de diversas instituições do Estado, reunido para discutir e trabalhar no desenvolvimento e produção de equipamentos para suporte aos profissionais de saúde envolvidos no atendimento aos pacientes infectados pela COVID-19. O objetivo é utilizar a tecnologia de impressão 3D para a produção de EPIs (equipamentos de proteção individual), utilizados por médicos e enfermeiros do Sistema Único de Saúde no Estado do Rio de Janeiro. Um dos itens que teve protótipo validado e já está em produção é o faceshield, protetor facial também chamado de capacete. Mobilizadas pela Firjan em parceria com o Sindicato da Indústria de Material Plástico (Simperj), indústrias do Estado já começaram a produção do item, com capacidade de produção de mais de 5 mil itens por dia.

“A articulação da Firjan e Simperj com a indústria nesse momento tão delicado é fundamental. As fábricas oferecem maior velocidade na produção dos equipamentos tão essenciais à segurança dos nossos profissionais de saúde”, comenta Cristiane Alves, Gerente Geral de Desenvolvimento e Inovação Empresarial da Firjan.

Para o presidente do Simperj, Gladstone Santos Junior, trata-se de uma iniciativa positiva que reforça o papel social da indústria em meio à crise do coronavírus. “Transformamos essa demanda que chegou da Firjan em um trabalho de escala e alta velocidade. Milhares de máscaras só estão sendo produzidas por meio da conexão entre instituições de pesquisa e a indústria e, claro, pela colaboração de empresários que abraçaram a causa”.

A iniciativa faz parte do Programa Resiliência Produtiva Firjan, que objetiva preservar a capacidade produtiva das empresas e ajudar a minimizar os impactos da crise provocada pelo coronavírus.

As empresas que estão produzindo faceshield são a Hightech Comunicação Visual, em Benfica, que adaptou a rotina para produção dos EPIs, com capacidade para produção de 4 mil unidades por dia. A PlastLab, localizada em Madureira, especializada em produtos hospitalares, passará a produzir cerca de 5 mil máscaras por dia. A PSA, uma das principais montadoras de veículos do país, localizada em Porto Real (Sul Fluminense), também vai produzir componentes para montagem dos protetores faciais, fazendo parceria com o FabLab da Firjan SENAI de Resende. A montadora faz parte do Groupe PSA, do qual faz parte também a Vauxhall que, no Reino Unido, atendeu ao pedido do governo britânico feito aos fabricantes de carros para que passassem a produzir respiradores para infectados pelo coronavírus.

Produção da comunidade maker é entregue na Casa Firjan

Além da articulação com a indústria, que garante a produção em escala dos itens essenciais aos profissionais de saúde, a Firjan está contribuindo com a mobilização da comunidade maker e da rede de laboratórios de fabricação digital, que estão dedicando equipamentos como impressoras 3D e cortadoras a laser para produção. FabLabs da Firjan Senai, do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, do Grupo Dasa, também estão produzindo EPIs.

A Casa Firjan e do Instituto SENAI de Tecnologia Automação e Simulação, em Benfica, são ponto de recepção dos itens produzidos por diversos FabLabs do Rio de Janeiro. O protótipo dos EPIs é um arquivo open source (código aberto). Os equipamentos vão ser distribuídos às unidades de saúde, de acordo com a demanda das secretarias de saúde do Estado e do Município.

Prioridades definidas com Governo do Estado

definição dos equipamentos de proteção individual prioritários para os profissionais de saúde da rede pública feita em reunião do Governo do Estado, na quinta, 19, no Palácio Guanabara, com professor Jorge Lopes, do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, e o médico Leonardo Frajhof, professor associado da Unirio e doutor em Design pela PUC-Rio. Após esta reunião, em conjunto com o médico Alberto Chebabo, diretor da divisão médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o cirurgião torácico Rui Haddad, da PUC-Rio, e o pneumologista David Nigri, foram convidadas instituições de ensino e demais parceiros para viabilizar produção das peças. O grupo inclui representantes da PUC-Rio, UFRJ, Unirio, FIRJAN, SENAI, Governo do Estado, INT (Instituto Nacional de Tecnologia), Coppe UFRJ, Grupo DASA, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Marinha do Brasil e o SOS 3D Covid 19.

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