Paulinho Raio X depõe na CPI mas terá que retornar

Durante depoimento parlamentar afastado afirma que se sentiu mal quando vídeos da prisão foram exibidos

O vereador afastado Paulinho do Raio X prestou depoimento aos integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), presidida por Rodrigo Furtado. O depoimento ocorreu na sede da CDL, no Aterrado. Paulinho deixou o prédio da CDL sem dar declarações à Imprensa. Apesar do sigilo que deve haver numa CPI , apurou-se que Paulinho leu um relatório extenso, contando detalhes de todo o seu mandato e fazendo algumas alegações sobre as acusações de quebra de decoro parlamentar que pesam contra ele. Paulinho alegou estar se sentindo mal e encerrou sua participação.

Com isso, os integrantes da CPI consideraram insatisfatório o depoimento e já se dispuseram a convocá-lo novamente, tão logo termine o prazo do atestado médico que ele apresentou para justificar sua ausência no depoimento original, em 14 de abril.
– O atestado que ele apresentou para depor hoje (segunda-feira, 11 de maio) só valia para resta data. Portanto, vamos aguardar o fim do prazo do atestado original para que ele possa confrontar suas alegações com o que está nos vídeos – disse Rodrigo Furtado, o presidente da CPI.

Paulinho é suspeito de tentar extorquir o prefeito Samuca Silva para evitar a votação de pedidos de impeachment na Câmara Municipal. Ele negou que tivesse mencionado nomes de outros parlamentares para o prefeito, assim como disse que não fez pedido de dinheiro.

Depoimento

Segundo Paulinho, a palavra “injeção” refere-se a apoio político, com o prefeito colocando em prática alguns projetos de lei de autoria dele, que foram aprovados pela Câmara. Sobre o nome “Carlinhos”, que aparece em uma das conversas, o vereador afastado disse que estava falando sobre um potencial candidato a vereador numa nominata que ele estava montando. Ele também disse não se lembrar mais quem é esse “Carlinhos”.
O vereador também afirmou que o início das conversas com o prefeito não foi pensando em dinheiro. Segundo os integrantes da CPI, Paulino disse que estava preocupado com a possibilidade de não conseguir espaço em nenhum partido, e de não poder montar nominata para concorrer à reeleição, e que suas conversas com o prefeito se davam em torno desse tema.
O vereador Sidney Dinho, relator da ‘CPI da Injeção’, afirmou que ainda não é possível concluir os trabalhos e apresentar o relatório final:

– Seria leviano fazer juízo de valor agora, já que não foi possível confrontar as alegações dele com o que está nos vídeos. No entanto, ele se dispôs a voltar e prestar novo depoimento- disse Dinho, que considerou que a declaração mais importante do vereador afastado foi quando ele afirmou que não há qualquer participação do vereador Carlinhos Santana ou do presidente da Câmara, Nilton Alves de Faria, o Neném, nos pedidos ao prefeito.
O vereador Rodrigo Furtado vai tentar, junto ao juiz da 1ª Vara Criminal de Volta Redonda, onde está correndo o processo criminal contra Paulinho, acesso da CPI a todas as evidências constantes do processo. Segundo Rodrigo, o inquérito ainda não foi concluído e, para a Justiça, Paulinho ainda é indiciado.

O presidente da CPI afirmou ainda que, no processo criminal, há muito mais evidências do que aquelas em poder da comissão. Entre essas evidências, estão os dois aparelhos de telefone celular que eram usados por Paulinho, e que o próprio vereador afastado afirmou conterem inclusive “prints” de conversas entre ele e o prefeito. Rodrigo vai pedir ao juiz que suspenda o sigilo do processo, pelo menos em relação aos vereadores.

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