Fonte jornal o Lance
A permissão para que os clubes voltem aos treinos no Rio de Janeiro é só o primeiro passo de um longo caminho que a rotina do futebol vai percorrer em meio ao combate ao novo coronavírus. Responsável por chefiar o Gabinete de Crise da Prefeitura durante a pandemia, Gutemberg de Paula Fonseca destaca o momento no qual houve conciliação com o que foi planejado pelas equipes e pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj).
– Não estamos pensando inicialmente em quando o futebol vai voltar. A nossa preocupação é na maneira como os clubes tendem a retornar às suas respectivas rotinas. Os debates foram centralizados em relação a isto. Depois, enviamos o protocolo de segurança da Ferj, o “Jogo Seguro”, ao nosso Conselho Científico e as medidas foram consideradas as melhores possíveis para a retomada. Há um zelo muito grande com os atletas, comissões técnicas e funcionários dos clubes – afirmou, ao LANCE!.
O secretário da Ordem Pública nega que a “pressão” de Brasília tenha pesado para mudar a decisão sobre os rumos do futebol no Rio. Além disto, detalha como a Prefeitura fiscalizará a conduta dos clubes no dia a dia, aponta a relevância do esporte para ajudar a combater a pandemia do novo coronavírus.
Presidente do Cremerj transfere responsabilidade por retorno do futebol
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), doutor Sylvio Provenzano, deixou claro na manhã desta quinta-feira que o documento emitido pelo órgão não se trata de uma ordem para que os clubes não retomem os treinos neste momento, mas de uma recomendação feita por uma câmara de especialistas. Porém, feita esta recomendação, ele avisa que a responsabilidade é dos médicos dos clubes e, caso algo aconteça com a retomada mesmo com a orientação contrária, pode sim haver procedimentos internos contra o profissional.
– Evidentemente o médico tem de saber que está restrito a um código. Se acontecer alguma, coisa pode vir a ser punido, pois há uma recomendação contrária da câmara técnica da área dele. Não é uma proibição, ele pode decidir como entender que deve, por sua conta e risco, como tudo na medicina. Se acontecer alguma coisa, ele pode ser responsabilizado. O Conselho não poderia nesse momento, de forma covarde, se omitir de dar um parecer.
O doutor Provenzano afirmou que o Cremerj questionou as câmaras técnicas de infectologia e da medicina desportiva. E o parecer foi contrário à retomada imediata. Mas destacou que não se trata de uma resolução, e sim uma recomendação.
Quando houve a notícia de possível retomada, o Cremerj questionou a câmara técnica. Câmara técnica é um grupo de especialistas renomados que emite pareceres, criam resoluções A pergunta foi essa: seria adequado retomar agora? A câmara entendeu que neste momento haveria risco, sim. Então não foi feita uma resolução. A gente fez uma recomendação, tipo uma orientação aos colegas dos clubes. Que vão seguir essa orientação ou não sob responsabilidade deles.
Torcida do Flamengo pressiona e Presidente publica carta sobre contatos políticos
Não é novidade o descontentamento dos torcedores de vários clubes do país om o momento atual da politica brasileira. Isso vem ocorrendo várias partes do país como ocorreu no último domingo em Porto Alegre (RS) onde gremistas e colorados se juntaram para dispersar apoiadores do Presidente Jair Bolsonaro que faziam manifestação pelas uas da capital gaúcha. Em São Paulo torcedores do Corinthians bloquearam manifestação contra o governador João Doria e a favor do Presidente da Republica.
A recente viagem dos presidentes do Flamengo Rodolfo Landim e do Vasco Alexandre Campelo a Brasília para um encontro com o Presidente Jair Bolsonaro não foi aprovada pelas torcidas organizadas do rubro negro que chegaram a pichar os muros em protesto. Para evitar mais constrangimento o Presidente do Flamengo publicou no último dia 25 uma carta endereçada aos torcedores explicando os motivos de suas visitas as autoridades em busca de apoio para o clube.
Carta à Nação Rubro-Negra – Presidente Rodolfo Landim
Por Rodolfo Landim – em 25/05/2020 às 13:17
Nação Rubro-Negra,
O que está escrito nessa carta é o retrato de como eu vejo o Flamengo.
Somos torcedores de todas as raças e credos, irmanados por uma única paixão.
Infelizmente, nosso país anda doente. Não falo da COVID-19, mas dessa intolerância política de parte a parte que separa até mesmo famílias e que, infelizmente, alguns pretendem implantar também no nosso Clube. O sentimento que nos une é amor e não ódio.
Entendo que meu papel como presidente do Clube é o de defender seus interesses e para isso é necessário me relacionar com autoridades.
Para mim, não importa a orientação política delas. Busco a todas no sentido de conseguir os apoios que precisamos para melhorar continuamente o nosso Flamengo.
Ao longo da minha gestão, tive inúmeros contatos com o prefeito, o governador e o presidente da república.
No Legislativo, estivemos com os presidentes da Câmara dos Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado, sempre discutindo projetos de interesse de nosso Clube.
Só como exemplo de total isenção, na inauguração de uma das novas piscinas do Flamengo conseguimos colocar lado a lado, hasteando bandeiras, o vice-governador Claudio Castro e o líder da oposição no Congresso Nacional, Alessandro Molon. Por sinal, são dois grandes rubro-negros, como também são o presidente da Assembleia Legislativa do RJ, André Ceciliano (PT), e o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, dois outros importantes representantes do povo que estão sempre abertos a nos ouvir e ajudar.
O Flamengo é mais que um Clube, ele é uma Nação e como tal deve ser plural.
É impensável para mim, na posição de líder de uma instituição democrática como o nosso Clube, deixar de discutir problemas e interesses dela com o presidente eleito democraticamente do país.
Obviamente, o cidadão Rodolfo Landim tem suas convicções políticas pessoais, mas posso garantir que as guardo para mim e em nada deixo-as interferir na atuação do presidente do Flamengo. Este, por dever de ofício, deve se relacionar igualmente com todas as autoridades, respeitando a vontade do povo que as elegeu. É assim que funcionam as democracias.
Podem estar certos de que continuarei agindo dessa forma durante o meu mandato, sempre com o único propósito de defender o interesse do nosso Flamengo.
Abraços e saudações rubro-negras.
Fluminense admite possibilidade de terminar o Carioca sem campeão
Forte na corrente pela cautela sobre o retorno do futebol, o Fluminense já admite a possibilidade de o Campeonato Carioca ser finalizado sem um campeão. Em entrevista ao programa “Bem, Amigos”, do SporTV, o presidente Mário Bittencourt declarou o desejo de que a competição seja definida dentro de campo, mas reafirmou a postura de que as partidas só voltem se houver condições de saúde para tal.
– A posição do Fluminense é no sentido de que, assim que tiver condições humanas, condições de saúda, condições de tranquilidade para jogadores, funcionários e população, a gente conclua o campeonato em campo. Se não houver a possibilidade, que seja encerrado sem campeão em 2020, como foi em vários outros países, que encerraram sem declarar campeão – disse Mário.
– Mas acredito que vamos concluir isso em breve, se as pessoas ficarem em casa. Logo ali na frente, seja em julho ou no início de agosto, com a curva descendo, com o comitê científico da prefeitura, do governo estadual e do governo federal derem garantia de retorno, se responsabilizando, a gente
55% a favor, 45% contra: atletas da Série A se dividem por volta do futebol .
Uma pesquisa realizada pela consultoria Esporte Executivo, em parceria com a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), ouviu mais de 500 atletas de todos os estados e divisões, e tem margem de erro de 5%. A Esporte Executivo e a Fenapaf já tinham divulgado no início da semana uma pesquisa questionando os jogadores brasileiros sobre a volta do futebol.
Os jogadores de futebol que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro estão divididos em relação à volta do futebol, com 55% favoráveis à retomada, e 45% contrários. Os números são parte do resultado de uma pesquisa realizada pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) e pela consultoria Esporte Executivo com 734 atletas de todos os estados e divisões do futebol brasileiro.
O índice de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 4%. A empresa já tinha realizado, em parceria com o Sindicato dos Atletas de Futebol do Município de São Paulo .
A Série A é a divisão onde há mais jogadores contrários à volta do esporte. Na medida em que desce para as divisões inferiores, a pesquisa traz um número cada vez maior de atletas que defendem a retomada das atividades. Nas Séries B e C do Brasileirão, apenas 26% são contra a volta, com 74% votando a favor. Na Série D, 85% são favoráveis ao retorno, e só 15% contra. Entre as mulheres, 56% defendem a volta do futebol, e 44% são contrárias.
Manoel Alves (ACERJ 0242)