Volta Redonda mantém consultório móvel para atender pessoas em situação de rua durante pandemia

Trabalho da equipe multidisciplinar, que apresenta serviços de saúde e de assistência oferecidos pela Rede Municipal, foi intensificado durante a pandemia da Covid-19

A Prefeitura de Volta Redonda, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), conta com um projeto específico para atendimento de pessoas em situação de rua: o Consultório na Rua. A iniciativa prevê a atenção à saúde de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, expostas ao uso de substâncias psicoativas. A equipe multidisciplinar, formada por médica, enfermeira, técnica em enfermagem, assistente social, psicólogo, motorista e auxiliar administrativo, atua para promover saúde acolhendo as demandas e facilitando o acesso às redes de Saúde e Assistencial do município.

O Consultório na Rua realiza abordagens à noite nas segundas e quartas-feiras; durante todo o dia nas terças, quintas e sextas; e nos finais de semana atende demandas específicas. O grupo também atua em conjunto com a equipe de Saúde Mental da Secretaria de Saúde e com o serviço de Abordagem Social da Secretaria Municipal de Ação Comunitária (Smac). A unidade faz cerca de cem atendimentos por mês.

De acordo com a coordenadora do projeto, a assistente social Carla Roberta Marcelino Gomes de Brito, durante o período de pandemia da Covid-19, o trabalho foi intensificado e o Consultório na Rua passou a assistir também os usuários do abrigo temporário instalado na Arena Esportiva, no bairro Voldac. “Além disso, fazemos a distribuição de máscaras, sabonetes e informativo com orientações quanto à importância da lavagem das mãos para prevenção da Covid-19 e ainda orientamos a procura imediata pela unidade de saúde ao perceber sintomas relativos à doença”, explicou.

Ela acrescentou que entre as principais causas que levam à pessoa a viver na rua estão os conflitos familiares, dependência química e alcoolismo, além do fator financeiro como o desemprego, por exemplo. “É importante pontuar que durante o atual cenário de pandemia, com o agravamento da crise econômica, Volta Redonda vem recebendo muitos imigrantes como artistas de rua, desempregados, que têm aumentando o número de usuários do serviço”, informou Carla.

Entre as abordagens da manhã desta quinta-feira, dia 27, o aposentado Fábio César da Cruz Almeida, que fica na Avenida Mário Di Biase, de 56 anos, comprova a afirmação da assistente social. Antigo morador do Água Limpa, ele se desentendeu com a irmã com quem dividia a casa e por um ano optou por estar na rua. Hoje, tem um espaço alugado no mesmo bairro, mas nem sempre volta para casa. “Sigo as orientações do pessoal do Consultório na Rua e procuro as unidades de saúde sempre que preciso”, disse Fábio.

SAÚDE E ASSISTÊNCIA – A equipe do Consultório na Rua apresenta às pessoas em situação de rua os serviços das unidades da Atenção Básica da Rede Municipal de Saúde e ainda a Rede Municipal de Assistência. Volta Redonda conta com o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua, o Centro POP, que fica no bairro Aterrado e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h; o Abrigo Municipal Seu Nadim, no bairro Nossa Senhora das Graças; e o abrigo temporário localizado na Arena Esportiva, no bairro Niterói, implantado especialmente para atendimento durante a pandemia da Covid-19. Todos contam com o atendimento do Consultório na Rua sempre que solicitado.

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