Bruno Azevedo
09/12/2020
Quando vi um jogo do campeonato mais badalado do mundo, que reúne a constelação do futebol, ser adiado por causa de uma atitude racista, senti um misto de tristeza e alegria. Tristeza pelo óbvio, já que acontecimentos assim mostram que a caminhada contra o preconceito racial ainda é longa e vai exigir que muitos Demba Ba’s (atacante do clube turco que iniciou a debandada no gramado em Paris) se indignem contra o inaceitável.
Tristeza também por constatar que uma entidade do porte da UEFA, que deveria ser a primeira a mostrar austeridade contra a atitude do quarto árbitro racista, foi de encontro à mobilização dos atletas ao tentar fazer com que a partida tivesse continuidade.
Já a alegria foi constatar que os racistas não estão mais camuflados e serão combatidos sempre que saírem de seus esgotos! E que manifestações anti-racistas sigam ocorrendo mundo afora, seja em grandes jogos na Europa ou em qualquer evento que porventura um racista ouse mostrar sua cara lavada de mau caratismo! E que esse combate ao ódio se estenda ao nosso quotidiano, na praia, no clube, no trabalho, no ônibus ou metrô, no bar, nas ruas…
Por fim, quero parabenizar dois colegas de profissão por suas reações à altura do ocorrido: o comentarista Mauro Betting e o narrador Jorge Iggor, ambos do canal Esporte Interativo. A postura dos dois ajudam a dignificar nossa profissão!
Essa crônica foi escrita a pedido do meu amigo Rodrigo Elias!