Após 17 anos, Estádio da Cidadania segue dando exemplo dentro e fora do campo

Além dos jogos de futebol, Raulino de Oliveira, reconstruído em 2004, concentra serviços de saúde, educação e lazer gratuitos para a população

O Estádio Municipal Sylvio Raulino de Oliveira, que passou a ser mais conhecido como Estádio da Cidadania, é sem dúvidas um dos grandes orgulhos de Volta Redonda, uma cidade que desde seu nascimento se acostumou aos superlativos. De um acanhado estádio com arquibancadas de tábuas de madeira, passou a ser um dos mais modernos do país e um exemplo de ocupação social a partir da reinauguração, em 17 de abril de 2004. Após 17 anos, o estádio mostra que ainda é – e continuará sendo – um exemplo a ser seguido.

Além de ser a casa do Voltaço, o estádio passou a ser referência para competições nacionais e internacionais. Abrigou partidas da seleção brasileira e até da seleção italiana. Enfim, levou o nome de Volta Redonda para o mundo todo através do futebol. Somente a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro contabiliza mais de 460 partidas oficiais sediadas no estádio entre 2004 e 2021.

*Complexo de saúde, educação, social e lazer*

O atual prefeito de Volta Redonda, Antonio Francisco Neto, foi o responsável pelo projeto e execução das obras que possibilitaram o novo modelo de estádio. Dezessete anos depois, de volta ao comando da prefeitura, Neto disse que o Estádio da Cidadania é mesmo um orgulho pelo lado esportivo, mas como administrador público fez questão de ressaltar o lado Social, da Saúde e da Educação. “Milhares de pessoas passam pelo estádio por dia. Costumo dizer que lá, no Estádio da Cidadania, de vez em quando tem jogo. Todo dia, no entanto, tem atendimento na Saúde, na Educação, no Social”, destacou.

O ex-deputado federal e hoje assessor especial do governo municipal, Deley de Oliveira, diz que tem grande orgulho de ter participado da reconstrução e de ter levado a ideia da reforma para o prefeito Neto, na época. “Tivemos uma equipe composta por pessoas de vários departamentos da prefeitura como o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPU) e criamos um estádio diferente, que deveria ter sido referência para vários estádios da Copa do Mundo. Hoje, é um patrimônio espetacular, que perde por ter sofrido muito no governo anterior, mas aos poucos estamos recuperando todo o seu potencial. Logo vamos rever a frequência, que na nossa época era de 5 mil pessoas por dia no estádio”, disse Oliveira.

“É um estádio que temos muito orgulho porque ele fala mais de cidadania, de saúde do que do próprio jogo de futebol. Fico feliz, apesar de ter encontrado o estádio em estado lamentável, pois a construção e os equipamentos por serem de boa qualidade resistiram ao tempo. O Estádio merece ser bem cuidado, pois é um patrimônio da cidade”, afirma a secretária municipal de esporte, Rose Vilela.

Os pólos de Saúde, Educação e Serviço Social estão localizados embaixo das arquibancadas do estádio, que abriga uma Policlínica de Saúde com 17 especialidades médicas e um moderno centro de imagens para realização de exames. A Ótica da Cidadania oferece óculos gratuitos. Há ainda um espaço para fisioterapia e um centro de reabilitação de cardíacos. Todos os serviços são administrados pela Prefeitura de Volta Redonda e mantidos com apoio do Governo do Estado e do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Estádio também disponibiliza um projeto inédito no Brasil: a Academia da Vida. Trata-se de uma escola específica para atender cerca de 700 alunos por ano da terceira idade, com aulas de português, matemática, informática, teatro e trabalhos artesanais. Um pólo de ensino à distância do Cederj está instalado no estádio e oferece ensino gratuito superior para milhares de estudantes de todo o Estado do Rio de Janeiro.

Também inaugurada em 2004, a Academia de Musculação da Melhor Idade conta com professores especializados, funcionando no período das 7h às 20h de segunda a sexta feira. Pelo local, já passaram mais de 10.013 inscritos nestes 17 anos. A aluna mais idosa da academia tem hoje 92 anos e a média de idade de alunos é de 71.

*Estrutura foi encontrada abandonada em 2021*

O atual governo encontrou o estádio em situação de abandono, com problemas em vários setores de atendimento ao público e no campo de futebol. “Muitos setores estavam desativados porque todos os equipamentos estavam com defeitos, alguns quebrados. Vazamentos e infiltrações estavam em todo lugar. A Policlínica e o Centro de Imagem estavam em situação lastimável”, conta o administrador do local, Milton Alves de Faria, ressaltando que, todos os serviços estão funcionando quase que plenamente com as ações iniciais desse ano.

– Toda a estrutura e paredes do estádio, inclusive as arquibancadas, estão sendo impermeabilizadas, e pretendemos finalizar em menos de dois meses. Faremos uma parceria com as Tintas Coral e vamos pintar todo o estádio, com previsão de concluir ainda este ano – destacou ele.

Sobre os serviços de saúde, Milton destaca que o funcionamento voltou à normalidade. “Nestes primeiros meses do ano, já ofertamos mais de 31 mil consultas na Policlínica e realizamos mais de 20 mil exames no Centro de Imagens, com média de 900 consultas e exames diários”, disse Faria, frisando que as consultas são encaminhadas pelas unidades de saúde.

Milton também destaca as boas condições de jogo do estádio. “Recuperamos o gramado que estava deteriorado por pragas e pela instalação de um hospital de campanha, que praticamente não foi usado. Revitalizamos as salas de aquecimento, vestiários, sala de imprensa, tudo para poder receber bem os atletas e os profissionais que trabalham na cobertura dos jogos”, explicou, ele, que atua na coordenação dos jogos.

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