EDITORIAL: Respeite a minha religião. A lei não…

17 de Agosto

A aberração ocorrida no último final de semana levanta mais uma vez o tamanho da seletividade da moral religiosa brasileira.

Uma vez que o aborto nesse caso é legal, justo e já foi efetuado com sucesso, vamos partir de trás pra frente no caso pra tentar entender melhor o que de fato há. As perguntas que não foram feitas por aqueles que bradavam sua fé contra a criança, eu faço.

E o estuprador? Onde está o tio? A justiça já prendeu o ESTUPRADOR?

No Brasil o aborto já é previsto no Código Penal há 80 anos, mas, vivemos em um país onde o pós verdade já foi normalizado e agora, estamos normalizando o pós legal. Não interessa mais o que é legal ou não, interessa o que a moral seletiva de alguns entende como certo ou errado.

CUIDEM DOS FILHOS, DOS SEUS PRECEITOS RELIGIOSOS E DA MORAL DENTRO DA CASA DE VOCÊS.

O triste caso da menina levanta um debate. O que fazer para proteger nossas crianças?

Aborto ou Educação Sexual?

Não dá para esperar que a tradicional “família brasileira” resolva isso. Não está resolvendo, deixar esse debate na mão das famílias é como esperar que o mercado controle a economia. VAI DAR MERDA.

Vivemos em um país pobre, onde na maioria dos lares as mulheres são as provedoras do sustento, como era o caso que estamos tratando, a avó que cuidava da neta precisava trabalhar, e o tio, o real criminoso, contra quem essa turma deveria estar canalizando os seus ódios, está solto, foragido da polícia, mas solto e passando batido da discussão religiosa.

Voltando ao debate, fica difícil orientar nossas crianças, principalmente as de famílias evangélicas, se o assunto “Educação Sexual” é tabu, e é no tabu que os MARGINAIS se amparam, usam dele para que meninas e meninos sofram violência calados, se essa menina não tivesse engravidado, provavelmente esse monstro continuaria a cometer essa atrocidade e ninguém saberia.

Não dá mais para deixarmos a fé se envolver no estado. Tanto o aborto, quanto a Educação Sexual, são assuntos de estado e devem ser tratados nos fóruns corretos, Saúde e Educação respectivamente. Se famílias religiosas querem doutrinar suas crias, o que eu já acho errado faça do portão pra dentro.

O problema é que essa tal moral, tem voto. Esses tais “representantes do Cristo” têm seus pastoreados e elegem deputados, prefeitos, vereadores, e ajudam e muito nas eleições majoritárias, estadual e nacional. Por isso ninguém toca na ferida.

NÃO PARECE, MAS O BRASIL É UM ESTADO LAICO!