Espaço das Artes Zélia Arbex abre exposição coletiva “O Papel das Vilas”

0 artistas participam da mostra feita em papel botânico artesanal; exposição fica aberta até 6 de maio

A Secretaria Municipal de Cultura realizou nesta quarta-feira, dia 3, no Espaço das Artes Zélia Arbex, na Vila Santa Cecília, a abertura da exposição coletiva “O Papel das Vilas”, composta por 105 obras. A mostra reúne os trabalhos, feitos de forma artesanal em papel botânico, de vários artistas da região provenientes do Edital de Ocupação dos artistas para os espaços culturais do município. A exposição está aberta de segunda às sextas-feiras, das 10h às 18h, até 06 de maio. A entrada é franca.

A secretária de Cultura de Volta Redonda, Aline Ribeiro, destacou a importância deste intercâmbio cultural regional, com arte sustentável:

É uma exposição importantíssima que circulou em diversas cidades da região, e também fora do Brasil. Ela foi idealizada pelo artista Mauricio Rosa e consegue reunir trabalhos de diversos artistas, utilizando como base o seu magnífico trabalho em papel artesanal botânico, oriundo de cascas de árvores da Mata Atlântica na Serra da Mantiqueira, na região de Visconde de Mauá. E o resultado é uma exposição belíssima que este ano comemora 10 anos e artistas plásticos de Volta Redonda também participam deste projeto”, comparou.

Segundo ela, escolas da rede municipal de ensino que desejam conhecer os trabalhos de arte sustentável podem agendar a visita pelo telefone 3339-4204 ou através do e-mail smc@voltaredonda.rj.gov.br.

O prefeito Samuca Silva, elogiou a exposição: “Ela faz parte do Chamamento Público para os artistas locais e da região ocuparem os espaços culturais da cidade, que é a melhor forma participativa e democrática, que visa valorizar a produção artística e gerar rendas. É o exercício de uma arte sustentável, que não agride o meio ambiente, mas utiliza com inteligência os recursos que ele disponibiliza em favor dessa arte”, afirmou.    

Estão expostas obras de pintura em resina, gravura, fotografia, técnica mista, xilogravura, colagem, aquarelas. Todas as obras são feitas em papel botânico de cascas de árvores como Pinhão, Flores de Hortênsia, Lírio do Brejo, Espada de São Jorge, Seiva de Araucária e outras espécies. Uma das atrações da exposição é a exibição do livro das poetisas Roseana Murray e Elvira Vigno, onde cada página é feita de papel botânico diferenciado. 

 

Segundo uma das idealizadoras do projeto, Márcia Patrocínio, também diretora do Centro Cultural Visconde de Mauá, as obras são traduzidas numa linguagem plástica bem diversa, com a participação de 80 artistas, entre eles, Gizele Barino e Zaqueu Pedrosa, ambos de Volta Redonda.

Ela agradeceu a confiança e a parceria da Secretaria de Cultura ao abrir as portas do Espaço das Artes para o intercâmbio entre os artistas: “A secretaria confiou neste projeto coletivo de arte, educativo, com papel feito de plantas da Mata Atlântica onde nasce a arte. Este é o principal foco e único critério de arte sustentável, o uso do papel ecológico, que é a base para o artista, e abre as possibilidades inesgotáveis para crianças e jovens participar em oficinas de produção”, comparou.

Mauricio Rosa, que também é idealizador do projeto, explicou que há 10 anos realiza a produção do papel na região, distribuído aos artistas para que cada um possa desenvolver a sua arte.  

Esta é 19ª edição da exposição coletiva em comemoração aos 10 anos do projeto que já passou por Montevidéu (Uruguai), Rio de Janeiro (onde foi uma das convidada para a Rio + 20, em 2012), Barra Mansa, Quatis, Museu de Arte de Resende, e pela primeira vez chega a Volta Redonda para um intercâmbio com os artistas locais. Estamos homenageando também os pioneiros do papel botânico no Brasil, que começou nos anos 1980 a 95, impulsionado pela Universidade Federal de Minas Gerais com a participação de Vera Queiroz, Diva Buss e outros artistas”, frisou.   

Presentes na abertura ficaram entusiasmados pela novidade em artes: “Magnífico, porque é uma riqueza de detalhes. Uma energia muito linda para as artes”, disse a psicopedagoga Lêda Maria Ribeiro. A auxiliar de escritório, Tatiane da Silva, também gostou: “O projeto trabalha sem agredir o Meio Ambiente e acaba motivando a outras pessoas, outros artistas, que desejam seguir o exemplo. Achei muito importante este modelo de arte natural”.