Autorretrato – Diário de Rabiscos

Eu falo muito de intensidade, por me ver assim, um autorretrato irracional… Intensidade pode ser entendida como exagero para alguns e excessos normais para outros. Ser intensa, pra mim, é sentir demais ou muito de menos, é aquele tal de 8 ou 80, queima ou esfria. Por isso eu falo que intensidade não é para qualquer um, como que convive com uma panela de pressão?

Intensidade é de extremos e de rompantes. Não, ser exagerado, sem meio termo não é fácil, não é simples de se controlar e isso torna todos tipos de relacionamento muito difíceis, pois nos deixa inseguros, nos tira o controle, nos faz sair da rotina…e isso não é ruim, mas nos deixa com medo, e um indivíduo intenso com medo tentara sempre afastar as pessoas seja voluntaria ou involuntariamente, criando barreiras de defesa ou se atrapalhando com as palavras.

Se relacionar com quem é intenso é como cuidar de um jardim de espinheiros, você cuida e se machuca esperando a floração.  São vários galhos que parecem mortos aos olhos da maioria, que precisa de cuidados de alguém persistente e audacioso para ser encorajada a mostrar suas flores, sua melhor versão ao mundo.

A fala de um individuo intenso é sempre profunda e cheia de sentimentos, mesmo que o motivo seja superficial. Com o tempo você entende que sua intensidade não é para todos, não é carência, é apenas você. E avida vai te apresentando pessoas que pegam seu 8 ou 80 e fazem um 88…te apresentam um equilíbrio, um meio termo.

“Quero que tudo seja intenso, exagerado e louco.Porque só assim fico satisfeita” Clarice Lispector